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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pe. João Carlos, eleito deputado federal pelo PT, diz estar entusiasmado com a vitória de Dilma Rousseff, mas recusou-se a tratar de temas polêmicos como a lei contra a homofobia

Ana Pessoa e Ayalla Simone



João Carlos Siqueira é mais conhecido como Padre João, começou sua militânciano PT de Ouro Branco, tendo sido presidente do diretório por dois mandatos consecutivos.Em 2000, foi eleito vereador e, dois anos depois, foi eleito deputado estadual, indicado por lideranças cristãs e pelo “Movimento Fé e Política”. Em 2006, foi reeleito para o segundo mandato na Assembleia Mineira e em 2010 consagrou a vitória para o cargo de deputado federal com 111.651 mil votos.
A entrevista foi feita por e-mail, o candidato estava com muitos compromissos e não pode marcar um encontro presencial. Na entrevista, ele fez algumas críticas a Aécio Neves, como bom petista mostrou-se entusiasmado com a vitória de Dilma, mas ignorou a pergunta relativa à lei que criminaliza a homofobia.  

Blog Vertentes e Política - Qual foi a postura do senhor como deputado estadual? Fez oposição ao Aécio?
Pe. João Carlos - Na Assembleia Legislativa, tenho atuação firme, pautada sempre na busca pela justiça social e pela igualitária distribuição de renda. Com base nas decisões tomadas de maneira coletiva — com todos (as) os (as) apoiadores e apoiadoras — meu Mandato se destaca em ações em prol da Agricultura Familiar e de todos (as) os produtores (as) rurais; pela incessante defesa do direito à terra e à habitação e pela abertura de espaços para os movimentos sociais e sindicais. Sem deixar de lembrar, é claro, a defesa dos direitos das mulheres, dos trabalhadores (as), inclusive dos funcionários públicos, do acesso à educação e à cultura, da igualdade racial e as lutas para que Minas se desenvolva de maneira sustentável e para que os jovens tenham ativa participação nas decisões políticas.
Nosso mandato sempre fez uma oposição responsável àquilo que consideramos inapropriado para o povo mineiro, cobrando que sejam realizados investimentos nas áreas da saúde e social. Em julho de 2009, fui indicado para a liderança do então bloco oposicionista, formado por PT, PMDB e PCdoB. Com a dissolução do mesmo este ano,continuei na liderança da bancada do PT nesta Casa legislativa.

Blog Vertentes e Política - Como o senhor vê resultado da eleição para o PT no Brasil e em Minas?
Pe. João Carlos - A eleição da Dilma tem um simbolismo muito grande para o Brasil e para o PT. Importantíssima é a questão de gênero. Não tenho dúvida de que a Dilma surpreenderá a elite brasileira, elite que usou todas as armas, legítimas e ilegítimas, e muitas injustas, tentando disfarçar o preconceito contra a mulher, explorando a moral, a ética, explorando uma riqueza do povo brasileiro que é a religiosidade, mas uma religiosidade ainda muito popular. Muitas vezes as pessoas não têm como perceber o que está por detrás do jogo, o que está nos bastidores da imprensa. Nesse aspecto, demos um grande passo, houve um grande avanço.
Em Minas, a derrota, infelizmente, foi de todo o estado. Acreditamos na implantação de uma política de desenvolvimento para o estado alinhada com o governo federal. Hélio e Patrus representavam os nossos anseios. Todavia, tivemos muitas dificuldades desde a pré-campanha, quando os partidos da base aliada do governo Lula, em Minas, indicavam três candidaturas, inclusive duas dentro do próprio PT. Nos submetemos às prévias internas e outros desgastes e, é claro que, por mais que se afinem as ideias, sempre ficam algumas ranhuras. Depois, enfrentamos a máquina do governo e, talvez, sem uma avaliação mais profunda e compartilhada, mas em uma ótica unilateral, talvez tenhamos nos equivocado na elaboração de estratégias e táticas eleitorais.

Blog Vertentes e Política - O que o senhor espera do governo da Dilma?
Pe. João Carlos - Não tenho dúvida de que a Dilma surpreenderá positivamente a elite brasileira com sua habilidade política, sua competência, seu jogo de cintura, tudo o que tentaram desconstruir.  Esse é mais um grande marco na história do Brasil, um impulso para avançar nas políticas sociais e macroeconômicas e nas reformas indispensáveis, como a tributária e a política. Nosso modelo de eleição está insuportável, a legislação atual é falha, pois “cerca o mosquito e deixa passar o elefante”. Temos de fazer uma reforma política que garanta justiça e que as lideranças autênticas, que querem trabalhar para a sociedade e ajudar na democracia, cheguem ao poder, que não prevaleça a questão econômica.

Blog Vertentes e Política - Como o senhor explica o poder político de Aécio Neves? Acredita que ele tenha um bom “jogo de cintura” na política ou seriam outros fatores?
Pe. João Carlos - Dificil explicar isso. Ele exerce um fascínio sobre as pessoas e mantém a fama de bom moço. Um político esperto, que explora bem as raízes dos antepassados e misturando-se com a fachada de estadista,

Blog Vertentes e Política - Em sua opinião, Aécio Neves usa meios antiéticos como a censura à imprensa e a cooptação de prefeitos para eleger sucessor?
Pe. João Carlos - O governo trabalhou com um núcleo duro. Arranjou uma blindagem e ficou inatingível. Governou editando 130 leis delegadas. Um recorde na história política do Brasil e de Minas. Manteve uma base forte na Assembleia e a imprensa acuada. Editou um pacto com a elite mineira. Com isto, não foi difícil governar e muito menos fazer o sucessor.

Blog Vertentes e Política - Quais as suas prioridades e do PT para o mandato?
Pe. João Carlos - Integro no PT uma corrente denominada “Movimento Coerência Petista”. O movimento é uma alternativa de direção partidária, visando a construção da unidade petista pra avançar ainda mais as conquistas sociais do Governo Lula e, agora, as que vierem de Dilma, em Minas Gerais e no Brasil. Além disso, o movimento visa contribuir para a continuidade do projeto nacional, de natureza democrática e popular. O movimento tem uma determinação clara e objetiva: construir para Minas Gerais um projeto alternativo e de oposição ao neoliberalismo, trata-se de um grupo de militantes de diversas correntes e independentes que tem objetivo de construir para Minas Gerais um projeto alternativo e de oposição ao neoliberalismo, pautado na abertura de diálogo com os movimentos sociais. Discordamos do choque de gestão e da minimização do Estado. Para o PT, é necessário que se faça o seu resgate pela raiz, com a participação dos militantes, das bases. Temos que manter a história duramente construída pelos trabalhadores. Precisamos resgatar a nossa capacidade partidária. Só chegamos à Presidência da República com luta e temos que ficar atentos.
Nosso mandato continuará do mesmo modo quanto à estrutura, que prima pela coletividade e participação, baseado em alguns eixos temáticos e divisão em doze regionais de atuação no Estado (Regional Alto Paraopeba/Inconfidentes, Mantiqueira, Zona da Mata, Vale do Piranga, Leste, Vale do Aço/Rio Doce, Médio Piracicaba, Alto Rio Grande/Sul, Norte – eixos Januária e Montes Claros/Janaúba, Noroeste/Triângulo e Grande BH).
Em cada um deles, foram definidas prioridades para o primeiro ano na Câmara Federal na nossa recente Assembléia Geral do Mandato, realizada no último final de semana (de 19 a 21 de novembro), em Mateus Leme. São elas: (1) direito à terra e à habitação urbana e rural; (2) agricultura familiar e desenvolvimento sustentável; (3) educação e cultura; (4) gênero mulher; (5) igualdade racial; (6) juventude.

Blog Vertentes e Política - Como padre, como o senhor vê engajamento das igrejas, principalmente a Católica, na eleição? E o fundamentalismo religioso?
Pe. João Carlos - Esta eleição teve uma atuação forte e mais explícita de setores da Igreja Católica, sobretudo nas eleições presidenciais. O que ficou mais em evidência foi o apoio destes ao candidato da direita. Por outro lado, houve também reação e manifestação de apoio de setores católicos à presidente eleita. Lamentável é o radicalismo religioso, fundamentalista, que não contribui para aprimorar o processo democrático. Entendo que a fé sem obras é morta e que a politica é uma das formas de exercer a caridade. Não no sentido paternalista, mas no da promoção e emancipação do ser humano.

Blog Vertentes e Política - Qual a posição do senhor sobre o aborto e a lei que criminaliza a homofobia?
Pe. João Carlos - É importante ressaltar que a fase embrionária é apenas a primeira fase de toda a criação da vida. Reina, atualmente, um debate hipócrita que restringe toda uma vida à sua etapa inicial. A coerência evangélica nos leva a defender a vida em todas as suas fases. É verdade que, em algumas, a vida merece maior atenção. Mas a dedicação não deve se restringir à gestação: deve se estender ao recém-nascido, à criança, ao adolescente, aos jovens, aos deficientes, ao idoso. Um projeto de nação pensa e age em favor da vida em todas as fases.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sim. A revista da noiva moderna



Dentre os trabalhos finais deste período, tivemos que criar uma revista para a disciplina de Fotojornalismo. Meu grupo optou por fazer uma revista sobre noivas e casamentos. Acompanhamos uma noiva se arrumando e seu casamento. Vou postar aqui algumas das minhas fotos na revista. A capa fui eu quem fiz, tanto foto quanto diagramação.



segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

PSDB elege o maio número de governadores, mas perde segundo turno na disputa presidencial


Ana Pessoa e Ayalla Simone
O candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, depois de enfrentar uma crise em sua campanha, conseguiu garantir uma vaga no segundo turno, que foi disputado com a candidata eleita Dilma Rousseff (PT). Ele obteve cerca de 33 milhões de votos contra 47 milhões da petista, no primeiro turno. No entanto, no segundo turno, acabou derrotado - Dilma ganhou com mais de 55 milhões de votos, enquanto Serra teve aproximadamente 44 milhões de votos. É a terceira derrota consecutiva do PSDB na disputa presidencial: em 2002, Serra candidatou-se e perdeu para Luís Inácio Lula da Silva (PT); em 2006, Geraldo Alckmin disputou com Lula e saiu derrotado; em 2010, novamente Serra foi o nome do PSDB.

Além de perder a disputa presidencial, o PSDB também saiu mais enfraquecido no Senado e na Câmara dos Deputados, mas foi o partido que elegeu o maior número de governadores – oito, cujo eleitorado corresponde a quase metade do país. Os tucanos elegeram, no primeiro turno, quatro governadores, sendo que dois representam os maiores estados do país: São Paulo, com a vitória de Geraldo Alckmin, e Minas Gerais, com Antônio Anastasia. Elegeu, ainda, o governador do Paraná, Beto Richa, e de Tocantins, Siqueira Campos. Em segundo turno, foram eleitos ainda os governadores Teotônio Vilela (Alagoas), Marconi Perillo (Goiás), Simão Jatene (Pará) e José Anchieta (Roraima).


Em geral, a representividade do PSDB na política brasileira caiu de 2006 para este ano. No total, foram eleitos 43 candidatos a menos neste ano. Em 2006, o partido tinha elegido 66 deputados federais. Neste ano, foram 53. Naquele ano, 152 deputados estaduais foram eleitos pelo PSDB, este ano, 123. Além disso, o partido elegeu um senador a menos que em 2006.


O deputado estadual de Minas Gerais, Lafayette Andrada, que, em seu primeiro mandato, foi um dos líderes do governo Aécio Neves na Assembleia, avaliou o resultado das eleições como positivo para o PSDB, uma vez que “a votação do candidato José Serra foi muito boa. Além disso, o PSDB elegeu governadores em oito dos mais importantes estados do país”. Para ele, o PT não foi o grande vitorioso, uma vez que teve um crescimento pequeno, mas os partidos que compõem a base do governo nacional que foram os vitoriosos.


Sobre a falta de um debate consistente durante o segundo turno das eleições presidenciais, o deputado estadual afirma que está relacionado à própria cultura política do país. “A maior parte da população não se interessa tanto por assuntos de economia, de relações internacionais entre outras áreas Então, neste sentido, é compreensível, que estes assuntos não tenham sido temas de grandes debates”, justificou.


Ao ser questionado sobre a possibilidade de Minas ser prejudicada por ser governada por um político da oposição, Andrada acredita que “haverá uma relação respeitosa, republicana, entre o governo estadual e o governo federal, como aconteceu nos oito anos do governo Lula”, enquanto Aécio Neves governava o estado.


Para ele, a atuação do PSDB no Campo das Vertentes “foi sempre pautada pela liderança do governador Aécio Neves, nestes últimos oito anos. Nesse sentido, segundo o deputado, grandes investimentos foram levados para esta região. O PSDB foi um partido muito benéfico para a região”, ressaltou.


Sobre as eleições municipais de 2012, Lafayette Andrada afirma que “seguramente, tanto em Barbacena quanto em São João del-Rei o PSDB terá candidato”, porém ainda é cedo para citar nomes. Ele ainda ressalta que “as eleições municipais têm uma características muito local. Há um embate localizado entre correntes políticas locais”, explicou. Em 2008, o PSDB não lançou candidatura própria em São João del-Rei e apoiou o candidato Agenor Simões (PSB), que ficou em segundo lugar e perdeu para Nivaldo Andrade (PMDB). Em Barbacena, o irmão de Lafayette, Martinho Andrada (PSDB) disputou a reeleição, mas foi derrotado por Danuza Bias Fortes, aliada de Hélio Costa (PMDB) e adversária dos tucanos.

PSDB: de dissidentes do PMDB a líderes de uma frente de centro-direita

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) foi fundado em 25 de junho de 1988, portanto é o mais jovem dos grandes partidos políticos do Brasil. Inspirado na social democracia - estado intervencionista de políticas sociais equilibradas com o mercado – o partido foi criado pelos críticos dissidentes do PMDB, que queriam uma linha mais à esquerda e eram contrários à falta de ideologia dos peemedebistas. Entre eles estavam Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Franco Montoro, Pimenta da Veiga e Eduardo Azeredo.

O símbolo do partido é um tucano nas cores azul e amarelo, daí, o apelido dos filiados, militantes e simpatizantes, que são considerados como centro-esquerda, linha de pensamento originada no socialismo e que atualmente tenta modernizar a divisão direita-esquerda, portanto, com idéias próximas ao Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo o deputado estadual Lafayette Andrada, “o partido defende uma gestão otimizada, uma melhor aplicação dos recursos públicos, uma reforma tributária e uma reforma política”.

A história do partido teve início com as eleições presidenciais de 1989, lançando Mário Covas a candidato, que ficou na quarta posição. Em 1992, o Brasil passava por uma situação delicada, devido à inflação e aos escândalos de corrupção. No mesmo ano, o Brasil realizou eleições municipais e o PSDB elegeu 293 prefeitos, 297 vice-prefeitos e 3.274 vereadores, representando um crescimento de 1.500%. No ano de 1994, o PSDB ocupou cargos importantes no cenário político. Itamar Franco foi eleito presidente do país. Fernando Henrique Cardoso, que na época foi nomeado ministro da Fazenda, criou o Plano Real e decidiu-se lançar á presidência nas eleições seguintes. Para isso, o partido começou seguir tendências para a direita, aliando-se ao Partido da Frente Liberal (PFL) tendo Marco Maciel como candidato a vice.

FHC venceu a disputa ainda no primeiro turno e o partido conquistou o governo de seis estados. Elegeram 11 senadores, 63 deputados federais e 97 estaduais. Em 4 de junho de 1997, a emenda constitucional que regularizava a possibilidade de reeleição foi aprovada, entrando em vigor para as eleições de 1998. FHC tornou-se o primeiro presidente brasileiro reeleito para um segundo mandato, e o partido conseguiu eleger 07 governadores, 16 senadores, 99 deputados federais e 152 deputados estaduais, mantendo a trajetória ascendente desde sua fundação.

Já em 2002, o PSDB, representado por José Serra, foi derrotado pelo atual presidente, Luis Inácio Lula da Silva. Elegeu apenas os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Nas eleições de 2006, o candidato à Presidência foi Geraldo Alckmin e novamente o partido foi derrotado pelo PT de Lula. O PSDB saiu da eleição de 2006 com 66 deputados e 14 senadores no Congresso Nacional, além de seis governadores.

Neste ano, o partido conseguiu que o candidato à presidência da República José Serra chegasse ao segundo turno, porém não conseguiu vencer a candidata petista Dilma Rousseff. Porém, o PSDB elegeu para começar a governar em 2011 um total de 189 candidatos, sendo oito governadores, 53 deputados federais, 123 deputados estaduais e dez senadores (cinco foram eleitos em 2010 e outros cinco continuam seus mandatos).

Derrota para o PT revela disputa interna no PSDB 

Apesar de ter eleito oito governadores, sendo dois nos maiores estados do país (São Paulo e Minas Gerais), o PSDB vive uma disputa interna justamente entre paulistas e mineiros. Em três eleições consecutivas, o PSDB de São Paulo manteve a sua hegemonia no partido e lançou os candidatos à Presidência – Serra e Alckmin. Para a eleição de 2010, o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, chegou a anunciar a sua pré-candidatura e defendeu prévias internas para a escolha do candidato. Mas acabou aceitando concorrer ao Senado em Minas Gerais e deixar a vaga para Serra.

As divergências começaram a ficar mais fortes com a resistência de Aécio Neves de ocupar a vaga de candidato a vice na chapa de Serra. No primeiro turno presidencial, os tucanos mineiros foram criticados por não se empenharem na campanha do candidato Serra. No segundo turno, Aécio participou de vários atos da campanha presidencial até porque Minas era considerado um estado estratégico para garantir a virada contra a petista Dilma Rousseff. Os resultados, no entanto, foram bastante favoráveis ao PT em Minas Gerais, onde a candidata do PT obteve no segundo turno 58% dos votos contra 42% de Serra. Passadas as eleições, líderes do PSDB de São Paulo voltaram a criticar os tucanos mineiros de não terem se empenhado na campanha de Serra. Mas Aécio Neves sai como o nome mais fortalecido do partido, inclusive para a disputa de 2014.

sábado, 4 de dezembro de 2010

5ª Cultural anima intervalos no CTAN

Apresentação do teatro
Foto: Divulgação
Toda quinta-feira, o intervalo no Campus Tancredo Neves (CTAN) da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) é marcado por apresentações culturais, organizadas pela 5ª Cultural, um projeto de extensão da instituição. "O projeto tem como objetivo fazer a produção estrutural para que os mais variados artistas tenham possibilidade de se apresentar, difundindo assim seu trabalho e contribuindo para colocarmos a arte em nossa rotina”, diz uma das integrantes, Rafaella Dotta.

O projeto, que existe desde setembro de 2009, já promoveu exposições de fotos, recitais de poesia, performances teatrais e apresentações de diversas bandas dos mais variados estilos musicais como selta, pop rock, samba e clássico. A 5ª Cultural também realiza oficinas, de diversos temas e ministradas por professores, alunos e técnicos da UFSJ.

A ideia surgiu a partir do momento em que alunos que participavam dos Centros Acadêmicos de Administração e de Jornalismo viram a necessidade de um espaço para apresentações culturais no CTAN. "Os cursos de Teatro e Música, por exemplo, tinham acabado de se mudar para o campus, mas não víamos movimentações artísticas”, diz Rafaella.

Começou então, um projeto só de alunos, que teve como precusores Vinícius Tobias, Wanessa Fagundes, Rafaella Dotta (jornalismo) e Maria Luiza (administração).
Sketch da Ópera do Malandro

Foto: Divulgação

Ao começar a ter problemas na hora de reservar salas e equipamentos de som (para a utilização do espaço e do material da universidade é necessário que um professor se responsabilizasse por possíveis danos), o grupo percebeu que a institucionalização era importante e traria benefícios.

Decidiram então, transformar a 5ª Cultural em um projeto de extensãoe convidaram o professor Paulo Caetano, que já participava do projetopara ser o coordenador.

Hoje, estão envolvidos no projeto oito professores e dez alunos dos cursos de Teatro, Jornalismo, Letras e Música, além de dois técnicos administrativos e colaboradores que se apresentam e que ajudam na produção.

Os interessados em se apresentar na 5ª Cultural ou indicar uma apresentação, podem entrar em contato com a equipe pelo e-mail ufsj_5cultural@hotmail.com ou pelo blog www.5cultural.blogspot.com

5ª Itinerante

Apresentação do Diego na semana 
de Jornalismo
Foto: Divulgação
5ª Cultural organiza ocasionalmente a programação cultural de eventos que acontecem na Universidade como o Congresso Nacional de Letras, Artes e Cultura (CLAC) e a Semana de Jornalismo. Nestes casos, aconteceram apresentações durante todos os dias dos eventos. O projeto já marcou presença também espaço Manicômicos, no lançamento do curta “Prazer em te desconhecer”.


II Mini Festival Cultura de 5ª
Foto: Divulgação
Cultura de 5ª



Para marcar o encerramento do semestre letivo, a 5ª Cultural organiza o Mini Festival Cultura de 5ª, que tem como objetivo promover um espaço que mescle vários estilos de arte como teatro, música, poesia, dança e artes visuais de forma democrática e popular, valorizando os artistas e seu trabalho.

A terceira edição acontecerá no dia 4 de dezembro por 12 horas, das 15 às 03h no CTAN. Os ingressos estão sendo vendidos pelos bolsistas do projeto por R$3. Confira a programação.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

#ficadica: Filme Comer, Rezar, Amar

Decidi fazer posts com dicas de filmes, livros, documentários e muito mais coisas interessantes.. 

Começo hoje com o filme que vi no domingo, Comer, Rezar, Amar com a Julia Roberts. Um ótimo filme que nos faz pensar sobre a falta de atitude que às vezes temos ao perceber que não estamos felizes com algumas situações, ou com o modo que estamos conduzindo nossas vidas. 
O filme está passando aqui em São João del-Rei no Cine Glória Shopping às 21h.Veja o trailer oficial e a sinopse.


Título original: Eat, Pray, Love
Ano: 2010
Direção: Ryan Murphy
Duração: 133 min.
Gênero: Drama
Sinopse: Liz Gilbert (Julia Roberts) tinha tudo o que uma mulher moderna deve sonhar em ter – um marido, uma casa, uma carreira bem-sucedida – ainda sim, como muitas outras pessoas, ela está perdida, confusa e em busca do que ela realmente deseja na vida. Recentemente divorciada e num momento decisivo, Gilbert said a zona de conforto, arriscando tudo para mudar sua vida, embarcando em uma jornada ao redor do mundo que se transforma em uma busca por auto-conhecimento. Em suas viagens, ela descobre o verdadeiro prazer da gastronomia na Itália; o poder da oração na Índia, e, finalmente e inesperadamente, a paz interior e equilíbrio de um verdadeiro amor em Bali. Baseado no best-seller autobiográfico de Elizabeth Gilbert, Comer, Rezar, Amar prova que existe mais de uma maneira de levar a vida e de viajar pelo mundo.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Observatório da Cultura



O blog Observatório da Cultura é um espaço voltado à prática de textos jornalísticos, com matérias de artes, cultura e comportamento, destinados à comunidade acadêmica e à sociedade são-joanense e arredores. É um projeto de extensão do curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e presta serviço à comunidade produzindo informações, por meio do jornalismo noticioso e opinativo, sobre o patrimônio histórico, artístico e cultural local.



Santiaguenses têm mais acesso ao cinema através do Cineclube AudiovisUAI

Mariana Fernandes, coordenadora e produtora do Cineclube AudiovisUAI
Foto: Ana Pessoa

Todos os domingos, o Rotary Club de São Tiago recebe as sessões do Cineclube AudiovisUAI, projeto sem fins lucrativos que tem como objetivo democratizar o acesso a poduções cinematográficas e valorizar o cinema nacional. Em uma sala com capacidade para aproximadamente 70 pessoas, filmes que são na sua maioria do acervo da Programadora Brasil são exibidos. “Procuro fazer a programação com base em pesquisas de interesse da população, preferências por assuntos e também conforme avalição de cada sessão”, diz Mariana Fernandes, coordenadora e produtora do projeto.

A idéia de montar um cineclube, espaço destinado à exibição, reflexão e produção audiovisual em São Tiago surgiu há dois anos. Mariana, que atualmente estuda Jornalismo na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), conta que quando ainda era estudante de Filosofia na mesma instituição, “vislumbrava a possibilidade de se discutir políticas, culturas, linguagens e sociedades com a comunidade em geral, não só a acadêmica, a partir do cinema” diz. 

Desta forma, procurou o representante da Ong FOCEST (Fórum Cultural e de Empreendimentos de São Tiago), que tem parceria com a Prefeitura Municipal da cidade, para apresentar sua ideia, porém não havia verba para colocar o projeto em prática.

Em 2009, surgiu então a oportunidade de participar de um edital do Ministério da Cultural que selecionaria 150 projetos no Brasil que beneficiassem cidades com até 20 mil habitantes. A proposta do Cineclube AudiovisUAI foi aprovada, alcançando a 26ª colocação nacional e a 3ª em Minas Gerais.

Foto: Ana Pessoa
Após fazer um curso de capacitação em Belo Horizonte, a produtora do cineclube fez parceria com a Prefeitura de São Tiago, que subsidia a manutenção e os gastos, com o Rotary que cede o local onde as sessões são exibidas e com o FOCEST que apóia o projeto. “Recebemos todos os equipamentos, filmes e cursos e foi inaugurada a primeira sessão no dia oito de agosto”, diz a idealizadora.

O projeto, que tem duração de dois anos podendo ser prorrogado por mais dois, “beneficia a comunidade por vários motivos: lazer; gratuidade das atividades; acesso a obras alternativas; acesso ao nosso cinema e cultura brasileira; oportunidade de discutir assuntos e gerar ações por parte da própria comunidade” ressalta Mariana.

O filme Terra Deu, Terra Come fez sucesso quando foi exibido, e será projetado novamente na Semana da Consciência Negra. Mariana conta que se “trata de uma história semelhante a da nossa localidade: ciclo do ouro em Minas e lendas acerca desse período”. Outro filme que a população gostou foi Por 30 dinheiros. “Uma comédia altamente crítica que reprisamos também a pedido do público. Trata-se da encenação da paixão de Cristo com aquele humor inteligente do cinema nordestino”, diz a coordenadora do projeto.

A programação

As sessões acontecem todos os domingos na sede do Rotary Club de São Tiago, na rua Estados Unidos, nº80, bairro Nações Unidas. A entrada é franca.

21/11/2010 – Semana da Consciência Negra

Apresentação da Folia de Reis "Magos do Oriente". Saída do forno às 15h30min

SESSÃO ADULTO – às 17 horas

Terra Deu, Terra Come - 2010, Brasil, documentário, 88 min. Direção: Rodrigo Siqueira. Pedro de Almeida, garimpeiro de 81 anos de idade, comanda como mestre de cerimônias o velório, o cortejo fúnebre e o enterro de João Batista, que morreu com 120 anos. O ritual sucede-se no quilombo Quartel do Indaiá, distrito de Diamantina, Minas Gerais. Com uma canequinha esmaltada, ele joga as últimas gotas de cachaça sobre o cadáver já assentado na cova: “O que você queria taí! Nós não bebeu ela não, a sua taí. Vai e não volta pra me atentar por causa disso não. Faz sua viagem em paz”. A atuação de Pedro e seus familiares frente à câmera nos provoca pela sua dramaturgia espontânea, uma auto-mise-en-scène instigante. No filme, não se sabe o que é fato e o que é representação, o que é verdade e o que é um conto, documentário ou ficção, o que é cinema e o que é vida, o que é africano e o que é mineiro, brasileiro.

28/11/2010

Apresentação do Grupo de Hip Hop de São Tiago às 17 horas e logo depois, Sessão Curtas – Vidas no Subúrbio.

Pretinho Babylon - 2007, RJ, ficção, 17 min. Direção: Cavi Borges e Emílio Domingos. Um rastafári vivendo na grande Babylon. (Classificação 14 anos)

Viver a vida – 1991, SP, ficção, 12 min. Direção: Tatá Amaral. Clemson é um Office-boy esperto, acostumado a “economizar” o dinheiro que recebe para fazer suas tarefas mais rapidamente de taxi. Com esses “extras”, pode ir à danceteria, jogar fliperama, comprar tênis. O curta conta o cotidiano desse “boy”, repleto de filas, esperas, trambiques, música e gente. (Classificação 12 anos)

Divina previdência - 1983, SP, ficção, 9 min. Direção: Sergio Bianchi. Atribulações na vida de um mendigo ferido, às voltas com funcionários públicos, documentos e prontuários da previdência social. (Classificação 18 anos)

Imensidade - 2003, SP, ficção/experimental, 15 min. Direção: Amilcar M. Claro. O curta tem como fio condutor “O navio negreiro”, poema épico abolicionista de Castro Alves. A exemplo de outras obras do período romântico, o poema foi concebido para ser lido em praça pública. Idalina, único personagem ficcional do filme, o faz agora pelas ruas da cidade. (Classificação 16 anos)

2, 3, 4 e 05/12/2010

Curso de História do Cinema e Linguagem Cinematográfica
Maiores informações através do e-mail cineclubeaudiovisuai@gmail.com

5/12/2010 

17horas, reprise de documentário

Cine Odeon – Memórias Sonoras - 2010, MG, documentário, 31 min. Direção: Mariana Fernandes. Depoimentos de sãotiaguenses sobre o Cine Odeon - cinema da década de 1950, cujo primeiro proprietário foi Glauro de Castro. Músicas e causos foram recordados por pessoas que viveram durante duas décadas a glória e o romantismo de um cinema na cidade do interior mineiro

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Livro sobre jornalismo regional foi lançado no Centro Cultural da UFSJ






     Os organizadores Filomena Bomfim e Roni Pacheco
     Foto: Ana Pessoa
 “No jornalismo regional, a notícia é o seu vizinho e os temas não estão na grande mídia” (Filomena Maria Avelina Bomfim)


O lançamento do livro Tom Regional: a voz dos filhos da terra reuniu várias pessoas no último dia 14 de outubro, no Centro Cultural da Universidade Federal de São João del-Rei.  A publicação apresenta 14 artigos de diversos pesquisadores sobre jornalismo regional e foi organizada pela professora do curso de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Federal de São Jão del-Rei (UFSJ) Doutora Filomena Maria Avelina Bomfim e pelo professor da Universidade Federal de Roraima, Mestre Roni Peterson de Miranda Pacheco.

“Este livro registra o que eu penso sobre uma universidade: pesquisa, ensino e extensão”, disse a professora da UFSJ. Ela ressalta ainda que este “foi um trabalho de construção conjunta”, iniciado quando ela começou a lecionar em Arcos (MG), há sete anos. Diante do choque cultural que teve ao se mudar da capital mineira para o interior, Filomena começou a estudar o jornalismo regional. Para ela, este tema “oferece oportunidades mais interessantes e a possibilidade de experimentação, o que não acontece em grandes centros. Em contrapartida, o aluno tem que abrir mão de ser famoso”.

Para Roni Pacheco, estudar jornalismo regional é importante porque "esta modalidade está mais próxima das pessoas, tem um resultado imediato e possibilita estudar características peculiares da região, além de fazer um resgate histórico", diz.

Após formar-se em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, em 2003 Roni Pacheco começou a produzir artigos científicos sob a orientação da professora Filomena Bomfim. Assim, tomou gosto pela vida acadêmica e começou seu mestrado na Universidade Metodista de São Paulo em 2007, no grupo de pesquisa “Comunicação e Tecnologias Digitais”. No final daquele ano, teve a ideia de reunir em um livro artigos sobre o jornalismo regional e apresentou a proposta para sua tutora.

Os artigos publicados são de orientandos da professora enquanto esteve em Arcos. São resultados de monografias e dois trabalhos de iniciação científica, e abordam o jornalismo regional de diversas formas. Entre os temas, estão a importância dos Jornais Laboratórios da PUC Minas para o exercício do jornalismo regional, o carro de som como um veículo de informação daquela cidade, e a história do jornal Correio Centro-Oeste.

Filomena Bomfim é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela PUC Minas, e fez o caminho inverso. Começou em um grande centro e trabalhou com o jornalismo internacional antes de trabalhar com o jornalismo regional e comunitário. Possui mestrado no Graduate Centre For Journalism – City University em Londres e em Ciências da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de doutorado em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-doutorado no McLuhan Program in Culture and Technology (MPCT), pela Universidade de Toronto, Canadá.


Quem não foi ao lançamento e se interessar em comprar o livro, pode procurar a professora Filomena no Campus Tancredo Neves (CTAN) da UFSJ. A publicação está sendo vendida por R$25. Segundo ela, uma segunda edição será destinada à comercialização em livrarias.


ÍNDICE 


1) McLuhan nos trópicos: a criação de um programa de pós-graduação interdisciplinar para a PUC Minas em Arcos – Filomena Maria Avelina Bomfim, Fabiana de Fátima Cunha e Bruno Rezende Vasconcelos 
2) A importância dos Jornais Laboratórios da PUC Minas para o exercício do Jornalismo Regional – Roni Petterson de Miranda Pacheco 
3) O carro de som como veículo de informação local – Camila Escudero e Nayara Carla Teixeira 
4) A (re)construção do contexto urbano arcoense sob a perspectiva das interações comunicativas – Lívia Borges Pádua 
5) A história do jornal Correio Centro-Oeste: o registro da memória sob a ótica da violência – Marilane Peixoto Nogueira 
6) Marketing Visual: um diferencial utilizado pelo comércio da cidade de Arcos – Diany Mara Fernandes de Oliveira, Matheus Gustavo Soares e Marco Antônio Brum 
7) A cara do jornalismo no interior – Salvador Lopes Martins e Esdras Domingos da Silva 
8) Morreu? Apareceu! A publicização da morte em Arcos como fenômeno folkcomunicacional – Filomena Maria Avelina Bomfim, Francisca Carolina Vidal Macedo, Fabyanna Michelli e Tatielle Samara de Oliveira 
9) O carro de som como mídia alternativa eficaz no Oeste Mineiro – Maria Cristina Oliveira Carvalho, Sandra Patrícia Ramos, Gabriela Carolina Campos Rezende e Vilma Celina da Silva 
10) O outro lado da notícia: um estudo comparativo dos telejornais do Centro-Oeste Mineiro – Daniela Caetano Braz e Elaine Cristina Martins 
11) Cartas do leitor: o caráter histórico da revista “a par” em revista – Cláudia Cristina e Susana Oliveira Vieira 
12) A questão da ética na cobertura dos jornais locais durante o processo de implantação da PUC Minas em Arcos – Clícia Alves Ribeiro 
13) Resgate à memória da mídia impressa formiguense – Eliane Grazielle Estevão 
14) Bairro Calcita: marginais, não. Sem expressão. Jornalismo comunitário e educomunicação retratando novas facetas de uma comunidade – Mariane Fonseca e Rita Miranda 

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Esquadrilha da fumaça fará apresentação em Paracatu




A Esquadrilha da Fumaça, grupo de pilotos e mecânicos da Força Aérea Brasileira (FAB) que fazem demonstrações de acrobacias aéreas pelo Brasil e pelo mundo se apresentará em Paracatu na próxima sexta-feira, 01 de outubro. A Esquadrilha surgiu na década de 50 e tem como missão contribuir para a difusão da imagem da FAB junto aos públicos interno e externo. 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

PEC dos Jornalistas continua em votação


Ana Pessoa e Ayalla Simone
A Proposta de Emenda Constitucional para regulamentação da profissão de jornalista está em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) e poderá ser aprovada após as eleições de outubro. A PEC foi recentemente aprovada na Comissão Especial da Câmara e o projeto está pronto para ir ao plenário, precisando ser aprovado duas vezes, com 308 votos favoráveis, antes de ir ao Senado.

Após a decisão por oito votos a um no STF em 17 de junho do ano passado, ficou decidido a não obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão. Na época, o relator do caso, o ministro Gilmar Mendes, afirmou que a exigência do diploma fere o direito de liberdade de expressão garantido pela constituição federal e até comparou a profissão com a de um cozinheiro. “Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado, mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até a saúde e à vida dos consumidores", alfinetou.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) foi o único deputado a acompanhar o julgamento do diploma, e 20 dias após a decisão apresentou a PEC dos jornalistas, para restabelecer a necessidade do diploma de jornalismo no Brasil, alegando que os ministros do STF confundiram liberdade de expressão com liberdade de informação jornalística. Para ele, a PEC dá mais garantia à sociedade de um trabalho profissional, sério e comprometido com o interesse social. “Maus profissionais existem em diferentes áreas, mas não é por isso que vão acabar com o diploma de outras carreiras, como medicina, engenharia ou direito. O que o STF fez foi tão injusto que os ministros sequer relevaram o fato de o jornalista possuir o direito de sigilo da fonte. Em vista disso, como qualquer um pode ser jornalista, todos passam a ter esse direito. Podemos chegar a uma situação curiosa e absurda: um suspeito pode utilizar esse mecanismo ao ser interrogado pelas autoridades de segurança, declarando-se jornalista free-lancer, que está em serviço, e que não é obrigado a revelar nada, pois tem o direito ao sigilo da fonte”, justificou.

Pimenta afirma que a volta da exigência do diploma de jornalista é muito esperada por todos. O deputado cita pesquisa da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), em que 77% da população se posiciona favorável à volta do diploma.

A desregulamentação da profissão de jornalista

O Supremo Tribunal Federal derrubou por 8 votos a 1 a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão no dia 17 de junho de 2009. Os argumentos utilizados foram que a obrigatoriedade do diploma fere a liberdade de expressão e do livre pensamento garantidos pela Constituição de 1988 e ainda que, para se exercer o jornalismo, não é necessário conhecimento técnico específico, o que desconsidera a prática legítima do jornalismo.

Com a não exigência do diploma para ser jornalista, qualquer pessoa pode exercer a profissão e ser reconhecida como jornalista. Assim, o Código de Ética desses profissionais, que está em vigor desde 1987, perde o seu valor, e os profissionais desta área ficam sem amparo legal.

A desregulamentação da profissão causou muita revolta na comunidade jornalística, uma vez que houve um retrocesso, pois o diploma era exigido desde 17 de outubro de 1969, quando a profissão foi regulamentada pela Junta Militar que governava o país naquela época, em que já se vivia sob o regime militar.

A opinião dos profissionais da área

No meio jornalístico, é fácil encontrar opiniões divergentes quanto à exigência do diploma. Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornalistas (ANJ), em reportagem publicada no Jornal do Comércio, no dia 20 de agosto deste ano, elogiou a derrubada pelo STF e condenou a tentativa de retomar a exigência no Congresso Nacional. Na mesma reportagem, com uma posição contrária, o atual presidente da Fenaj, Celso Schröder, que tomou posse recentemente, disse que a exigência do diploma é uma matéria difícil, pois enfrenta o interesse dos grandes meios de comunicação. “Mas estamos no Congresso pressionando. A proposta tramitou num prazo recorde, cinco meses. Isso mostra a mobilização dos jornalistas, junto com o apoio da opinião pública. Temos uma grande chance de terminar o ano com a obrigatoriedade do diploma restituída”, disse.

A jornalista e mestre em Estudos Lingüísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sônia Pessoa, que atua na área há 17 anos, é outra profissional que defende a obrigatoriedade do diploma. “São os jornalistas que registram e fazem chegar a milhares de pessoas as tragédias, a corrupção, as mazelas sociais. São os jornalistas que também tornam público o que há de bom, as conquistas, grandes momentos vividos pela humanidade”, ressaltou. Ela acredita que é necessária a formação acadêmica específica para o exercício da profissão, o que, no Brasil, está relacionado diretamente ao aprendizado acadêmico. “Escrever bem é inato, mas não se aprende a ter um olhar atento, a apurar corretamente, a desenvolver o ethos jornalístico da noite para o dia ou apenas pelo convívio nas redações”, concluiu.

André Eustáquio Melo de Oliveira, formado em Filosofia pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), atua há sete anos como editor-chefe do Jornal das Lajes, de Resende Costa. Ele criou o jornal em 2003 e, mesmo quando era obrigatório o diploma, ele não tinha o provisionamento. Em agosto deste ano, apesar de ter ingressado no curso de Jornalismo, afirma que sempre foi contrário à obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo. “Para ser um bom jornalista, acredito, vale a competência, o capital intelectual, o talento para escrever e para descobrir boas histórias e apurar as informações”, afirmou.

Ele ressalta que a profissão deve ser regulamentada, porém sem que haja a exigência do diploma. “Se há pessoas competentes, capazes de qualificar as redações dos jornais, revistas, emissoras de rádio e TV, formando opinião, atraindo leitores, por que excluí-las devido ao fato de não obterem o diploma de Comunicação?”, questionou.

O editor do Jornal das Lajes ainda lembra que, “atualmente, a obrigatoriedade do diploma para o exercício legal do jornalismo excluiria da imprensa brasileira personalidades cuja competência é inquestionável, como o Bacharel em Direito, Arnaldo Jabor, o médico Dráuzio Varela e o teólogo Rubem Alves”, frisou.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Carteira Escolar Inclusiva na Bienal Brasileira de Design

Carteira escolar inclusiva

A Carteira Escolar Inclusiva (CEI) será apresentada na Bienal Brasileira de Design, de 14 a 31 de setembro, em Curitiba. A CEI é um produto 100% brasileiro, desenvolvido com base nos parâmetros do design universal, que tem como objetivo a inclusão de todos os alunos dEFICIENTES ou não na escola. A meta é proporcionar um posicionamento correto, estabilidade e segurança intelectual na realização de tarefas escolares.

 O objetivo do projeto foi criar um mobiliário de Design Universal para ser usado por todos os alunos, sem realçar a dessemelhança ou provocar descriminação.  Sendo assim, o Instituto Noisinho da Silva, em parceria com Índio da Costa Design e apoio da Petrobrás e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, entre outros parceiros, desenvolveram a Carteira Escolar Inclusiva.

A designer mineira Érika Foureaux, fundadora da Noisinho da Silva, explica que a carteira traz o conceito humanista de inclusão. “Respeita a diversidade humana e transforma o ambiente em que se encontra num ambiente inclusivo. A Carteira Escolar Inclusiva é fruto de um compromisso que resultou na criação de uma solução responsável, consistente e viável”.

O produto
As dimensões, regulagens, inclinação e formas são resultado de pesquisa antropométrica feita com mais de 3 mil crianças, dEFICIENTES ou não, em 28 escolas, que antecedeu a fase de design do produto. Nenhum detalhe, design ou regulagem foi feito ao acaso neste projeto. Um rigoroso estudo e vários testes foram realizados, durante as varias fases de construção do produto, com a finalidade de atender ao maior número possível de usuários, com suas particularidades como altura, peso, comprometimento motor e sensorial.  Atendendo às medidas antropométricas do corpo estático e em movimento, obtivemos o dimensionamento correto da cadeira e da mesa.

Por ser regulável em altura, profundidade e inclinação, a carteira atende à faixa etária diversificada, adequando-se às necessidades de cada indivíduo e respeitando assim a diversidade humana na busca por uma sociedade mais justa.

O conjunto mesa-cadeira conta com acessórios como cinto, sela, apoio para os pés, aparador de objetos e um espaço lateral para armazenar livros e demais objetos. Este conjunto de acessórios auxilia a retificação postural e permite maior autonomia, segurança e desempenho nas tarefas escolares.

No âmbito dos materiais, a CEI é confeccionada em PEMD (polietileno média densidade), Aço, Nylon com fibra e PP (polipropileno). O conjunto é totalmente reciclável e foi desenvolvido de modo a tornar fácil sua manutenção e desmontagem. Com isso os componentes podem ser utilizados na reciclagem.

A durabilidade do produto em longo prazo e a resistência, oferecida pelo plástico oriundo do processo de rotomoldagem, aumentam consideravelmente o ciclo de vida do mesmo.

Noisinho da Silva
O Instituto Noisinho da Silva é uma organização não governamental sem fins lucrativos, de caráter educacional, cultural, social e técnico-científico, que trabalha a inclusão social da criança portadora de dEFICIÊNCIA física, desenvolvendo projetos na área do design universal e atividades  educacionais, culturais e assistenciais, conscientizando a sociedade sobre a importância destes projetos no processo de inclusão social e, sobretudo, na melhoria da qualidade de vida dessas crianças, promovendo acessibilidade, autonomia e independência nos ambientes frequentados por elas. Cria objetos adequados ao ambiente, às necessidades, à função e à comunidade.

Design universal
Design universal é uma abordagem que implica equidade e justiça social através do design de produtos e espaços, para ser usado por todos, na maior extensão possível. Ele se inscreve na busca de uma sociedade inclusiva, pelo respeito da dignidade humana em toda sua diversidade, rompendo padrões de atitudes no caminho da mudança real.


Fonte: Sônia Pessoa Comunicação
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